Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Hoje, ao abrir o Facebook, me deparei com uma foto da época do cursinho pré-vestibular. Tiramos uma foto emblemática com nosso mega plus blaster professor de Química, chamado Robson, mas Quiqui para os alunos RS
Este mega plus blaster professor fez um bicho de Humanas como eu gostar de Química. Sim, era mágico assistir às suas aulas. Minhas amigas e eu decidimos fazer uma camiseta com uma foto nossa estampada para presentear o nosso teacher.
Foi esta foto que vi hoje ao abrir o Facebook...que saudade! Faz vinte anos que conheci as minhas amigas do cursinho. Com algumas mantenho contato até hoje. E com uma delas desenvolvi uma amizade muito forte. Daqui dez dias , faz exatamente vinte anos que vi pela primeira vez a minha amiga Tânia Waisbeck. Nos encontramos na porta da sala de aula. Ela entrando e eu saindo. Sorrimos uma para a outra e nos cumprimentamos. Assistimos a aula juntas.
A primeira aula que assistimos juntas foi justamente a do Quiqui. Ele fingiu que era super bravo e a gente começou a ficar com medo. De repente , quase aos gritos , ele perguntou à classe se nós pensávamos que ele era palhaço. Tânia e eu nos aproximamos nas cadeiras, estupefatas.
De repente , ele vira de costas e se acalma. Ao olhar para a frente novamente , ele está usando realmente um nariz vermelho de palhaço e a sala em peso caiu na risada.
Eu tinha pena da professora que precisava dar aula para gente depois do Quiqui...ele era energia pura. Ele era energia na veia!
Os quatro meses que passei no cursinho faz parte das melhores fases da minha vida. Aulas divertidas, uma turminha bem bacana que transformava tudo em alegria. Até piquenique a gente fez uma vez no intervalo da aula. Cada uma levou um prato e nos fechamos numa sala de aula desocupada, que ficava numa ala desativada da escola.
O mundo nos pertencia naquela época. Com apenas 17 anos de idade a gente tinha a vida inteira pela frente. Nada era bom o bastante para a gente...pois quando se tem 17 anos, a gente brinca de alcançar a lua.
De 1996 para cá , compartilhamos muitos momentos célebres: amigos e inimigos secretos, aniversários, chá de bebê , lançamentos literários, peças de teatro, festa da calcinha ( sim, eu inventei um lance de festa da calcinha em 2003. Cada uma precisava dar uma calcinha que tivesse a cara da amiga. E haviam três jurados para escolher a melhor calcinha RS) Eu ganhei uma grandona e transparente , que imitava a cor do jeans. Minha amiga Gabi, psicóloga, disse que a escolheu porque a calcinha era exótica como eu.
Ao olhar para esta foto e ver o filminho da nossa vida passar pela minha mente , tenho cada vez mais certeza de que não existe maior riqueza neste mundo do que as nossas lembranças felizes e o carinho que guardamos por todos aqueles que de alguma forma e em alguma medida nós amamos.
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
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