Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Adoro buscar na internet frases interessantes de autores célebres. Me deleito com a inteligência afetiva de grandes escritores, poetas e pensadores de um modo geral. Costumo dizer jocosamente que o meu ponto G fica no cérebro. Que pena que homens cultos se tornam cada vez mais escassos e muitos dos que gostam de estudar, apresentam uma cultura pedante e sem sensibilidade.
Alguns pensamentos mexem comigo fortemente. Outros me levam para uma taça de vinho rapidamente e depois eu os esqueço. Como diria a letra da música "Folhetim"..." Mas na manhã seguinte/ Não conta até vinte/ Te afasta de mim/ Pois já não vales nada/ És página virada/ Descartada do meu folhetim".
Tem uma frase elaborada pelo filósofo alemão Nietzsche que me inspirou a escrever este post: " Temos a arte para não morrer da verdade".
Sim, sem a arte, o mundo seria um lugar ainda mais inóspito, menos aconchegante , com luzes frias e brancas de banco e gente que fala com vozes cítricas.
Já defendi diversas vezes e longamente e apaixonadamente o poder da arte na vida de pessoas da minha espécie.
Esta gente bizarra, com fogo na alma e uma faca na língua. Esta gente insana que ousa questionar e amar, bagunçando o tédio bem comportado da rotina. Esta gente que não se contenta em caminhar junto com o gado, com a cabeça baixa , dizendo que amanhã tudo será melhor com olhos bovinos.
Gostaria de ter debatido esta frase com Nietzsche...a pena é que ele era contra amortecer a dor com álcool e fumo. Seria bom falar sobre arte com aquele bigodudo irreverente , tomando um vinho barato e jogando baforadas de cigarro em seu rosto.
Mas mesmo que ele fumasse e bebesse , eu não poderia me apaixonar por um homem com aquele bigode absurdo. Não, não seria amante de Nietzsche. Não suporto barbas e bigodes muito volumosos.
Eu teria que explicar a ele que poderíamos ser ainda bons amigos...ai, que coisa horrível de se dizer.
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
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