Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Ontem , mais um post do Facebook me inspirou a escrever no Garota desbocada. Foi postado por meu querido professor de Geografia do ensino médio.
O post falava sobre meritocracia com uma boa dose de ironia amarga. Mostrava uma foto com crianças bem nutridas e bem cuidadas ao redor de um notebook e outra foto ao lado com crianças descuidadas e escravizadas. Na legenda , dizia-se que todas as crianças tinham as mesmas possibilidades de desenvolvimento.
Tive que compartilhar o post e comentei que tal teoria seria risível se não fosse trágica. Uma ex-aluna minha , que acabou se tornando uma amiga, uma moça a quem muito admiro, comentou o meu post rindo. Disse brincando para eu tomar cuidado pois poderiam me chamar de comunista.
Não, não acredito em meritocracia. Acredito sim no empenho pessoal. Acredito sim que alguns lutam e aproveitam as oportunidades dadas enquanto que outros as desperdiçam. Mas , por outro lado, dizer que tudo depende do esforço pessoal me soa muito cruel, para não dizer cínico.
Sim, crianças esfarrapadas e famintas podem conseguir na adolescência uma vaga numa universidade pública. Crianças abandonadas à própria sorte , mediante um talento muito especial, podem conquistar uma posição invejável no futuro. Mas não devemos nos pautar por exceções.
Deveríamos tentar construir uma sociedade em que todos , desde os mais brilhantes até os mais medianos, pudessem conquistar o seu espaço, o seu lugar ao sol.
Dizer que duas pessoas com inteligência e capacidade de luta similares , mas oportunidades completamente diferentes têm as mesmas chances de obter um bom emprego, construir uma sólida carreira não cola nem um pouco para mim.
Sempre defendo uma ideia em minhas conversas que enveredam para questões políticas: Educação e Saúde deveriam ser públicas. Não poderíamos tratar como luxo o acesso à Educação e aos cuidados médicos.
Ninguém precisa ter um carro ou usar roupas de grife. Ninguém precisa viajar regularmente para o exterior ou frequentar restaurantes caros. Mas todos deveriam ter o direito de serem tratados decentemente quando adoecem e receberem uma Educação significativa , de qualidade.
Não dá para falar de meritocracia num país tão injusto e desigual como o nosso , com políticos tão corruptos , um povo alienado e uma elite financeira indiferente. Não alcançamos este patamar ainda.
Ontem , mais um post do Facebook me inspirou a escrever no Garota desbocada. Foi postado por meu querido professor de Geografia do ensino médio.
O post falava sobre meritocracia com uma boa dose de ironia amarga. Mostrava uma foto com crianças bem nutridas e bem cuidadas ao redor de um notebook e outra foto ao lado com crianças descuidadas e escravizadas. Na legenda , dizia-se que todas as crianças tinham as mesmas possibilidades de desenvolvimento.
Tive que compartilhar o post e comentei que tal teoria seria risível se não fosse trágica. Uma ex-aluna minha , que acabou se tornando uma amiga, uma moça a quem muito admiro, comentou o meu post rindo. Disse brincando para eu tomar cuidado pois poderiam me chamar de comunista.
Não, não acredito em meritocracia. Acredito sim no empenho pessoal. Acredito sim que alguns lutam e aproveitam as oportunidades dadas enquanto que outros as desperdiçam. Mas , por outro lado, dizer que tudo depende do esforço pessoal me soa muito cruel, para não dizer cínico.
Sim, crianças esfarrapadas e famintas podem conseguir na adolescência uma vaga numa universidade pública. Crianças abandonadas à própria sorte , mediante um talento muito especial, podem conquistar uma posição invejável no futuro. Mas não devemos nos pautar por exceções.
Deveríamos tentar construir uma sociedade em que todos , desde os mais brilhantes até os mais medianos, pudessem conquistar o seu espaço, o seu lugar ao sol.
Dizer que duas pessoas com inteligência e capacidade de luta similares , mas oportunidades completamente diferentes têm as mesmas chances de obter um bom emprego, construir uma sólida carreira não cola nem um pouco para mim.
Sempre defendo uma ideia em minhas conversas que enveredam para questões políticas: Educação e Saúde deveriam ser públicas. Não poderíamos tratar como luxo o acesso à Educação e aos cuidados médicos.
Ninguém precisa ter um carro ou usar roupas de grife. Ninguém precisa viajar regularmente para o exterior ou frequentar restaurantes caros. Mas todos deveriam ter o direito de serem tratados decentemente quando adoecem e receberem uma Educação significativa , de qualidade.
Não dá para falar de meritocracia num país tão injusto e desigual como o nosso , com políticos tão corruptos , um povo alienado e uma elite financeira indiferente. Não alcançamos este patamar ainda.
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
Adorei amiga, penso exatamente assim! Triste realidade, mas vamos continuar lutando muito para que ela se transforme. Mais educação, por favor!! É o que peço todas as noites... Beijos!
ResponderExcluirMuito obrigada pelo comentário! Pode soar como lugar comum, mas realmente nada sairá do lugar se apenas uma minoria tiver acesso a uma formação diferenciada. Como disse um professor meu, quando vamos à escola recebemos poder. Bj!
ExcluirAdorei amiga, penso exatamente assim! Triste realidade, mas vamos continuar lutando muito para que ela se transforme. Mais educação, por favor!! É o que peço todas as noites... Beijos!
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