Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Cometi uma heresia neste domingo. Aproveitei que estavam apenas minha mãe e eu em casa para fazer algo muito feio, altamente condenável. Parti o maço de macarrão antes de botá-lo para cozinhar. Minha culpa , minha máxima culpa RS
Mas não abri mão do prato fundo, do bom parmesão ralado e de uma meia garrafa de vinho tinto. Macarrão quebrado ainda vai para mim. Só não aceito macarrão muito cozido, estilo papinha de nenê ou gente que suga macarrão. Em restaurante japonês, ok. Mas se alguém quer comer uma pasta ao estilo italiano, tem que enrolar e comer sem ruídos.
Na primeira vez que fui ao México para participar do congresso internacional "El cuerpo descifrado" na UNAM ( nossa USP) respirei profundamente aliviada e comovida ao entrar num restaurante italiano. Pensei, acomodando-me na cadeira: "Finalmente estou num restaurante nacional". E logo em seguida, caí das nuvens ao me lembrar de que sou brasileira e não italiana.
Mas enfim, embora goste muito de arroz com feijão, a minha comida preferida mesmo é um bom prato de macarrão. Um bom prato de macarrão é mais do que um alimento para mim. É um abraço na alma. Não dá para ser completamente infeliz comendo um bom prato de macarrão. Como diria a música cantada por Dean Martin "That's the amore", um bom prato de macarrão me comove como o amor. Me comove como ser beijada por um doce amante.
Meu texto poder soar bizarro para quem não tem o sangue italiano correndo nas veias. Mas para quem o tem...ah...deixo o meu olhar cúmplice e meu sorriso de canto de boca.
Cometi uma heresia neste domingo. Aproveitei que estavam apenas minha mãe e eu em casa para fazer algo muito feio, altamente condenável. Parti o maço de macarrão antes de botá-lo para cozinhar. Minha culpa , minha máxima culpa RS
Mas não abri mão do prato fundo, do bom parmesão ralado e de uma meia garrafa de vinho tinto. Macarrão quebrado ainda vai para mim. Só não aceito macarrão muito cozido, estilo papinha de nenê ou gente que suga macarrão. Em restaurante japonês, ok. Mas se alguém quer comer uma pasta ao estilo italiano, tem que enrolar e comer sem ruídos.
Na primeira vez que fui ao México para participar do congresso internacional "El cuerpo descifrado" na UNAM ( nossa USP) respirei profundamente aliviada e comovida ao entrar num restaurante italiano. Pensei, acomodando-me na cadeira: "Finalmente estou num restaurante nacional". E logo em seguida, caí das nuvens ao me lembrar de que sou brasileira e não italiana.
Mas enfim, embora goste muito de arroz com feijão, a minha comida preferida mesmo é um bom prato de macarrão. Um bom prato de macarrão é mais do que um alimento para mim. É um abraço na alma. Não dá para ser completamente infeliz comendo um bom prato de macarrão. Como diria a música cantada por Dean Martin "That's the amore", um bom prato de macarrão me comove como o amor. Me comove como ser beijada por um doce amante.
Meu texto poder soar bizarro para quem não tem o sangue italiano correndo nas veias. Mas para quem o tem...ah...deixo o meu olhar cúmplice e meu sorriso de canto de boca.
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
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