quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Muito bem acompanhada

Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS

Quem me conhece , sabe que não curto comédias românticas. Eu as considero bobas, superficiais e estereotipadas. Porém, hoje feri uma das minhas convicções mais profundas e me rendi a uma. Mas não contem para ninguém, tá? RS

Vi pela terceira ou quarta vez um filme chamado Muito bem acompanhada. Adoro a atriz principal. A Debra Messing além de linda, é super carismática. Não é linda estilo nariz em pé  "tô sentindo cheiro de pum". É linda com cara de gente boa. 

Quanto ao ator, Dermot Mulroney...prefiro não comentar RS Apesar de ter uma preferência rasgada pelos loiros , este moreno realmente é de tirar o fôlego. Devia ter alguma lei proibindo que pessoas tão charmosas e magnéticas circulassem livremente RS Devia estar na Constituição...

Este filme acabou me marcando pois me faz lembrar de um acontecimento importante da minha vida. Depois de voltar de um encontro frustrante, mas que socialmente falando tinha tudo para "dar certo", eu estava tentando me convencer que deveria dar uma oportunidade para mim e finalmente tentar namorar alguém que fosse uma boa pessoa e demonstrasse um interesse forte por mim.

Mas quando vi Muito bem acompanhada ( pela segunda ou terceira vez) tive um insight e decidi que não queria dar uma chance para uma relação na qual eu não tinha o menor interesse.

Ao olhar aquelas piscadelas de Nick, eu percebi que eu queria me apaixonar novamente. Ao vê-lo chegando bem perto de Kat, fingindo que ia beijá-la , mas só deixando-a com água na boca, percebi que eu queria sentir aquele frio gostoso na espinha mais uma vez. Ao ouvi-lo dizer que toda mulher tem a vida amorosa que merece, eu senti que podia fazer algo melhor pela minha do que me conformar com um namoro chato e sem tesão da minha parte.

Sou obrigada a concordar com o professor e filósofo Julio Cabrera quando ele diz que não são apenas os filmes de arte os capazes de mexer com as nossas estruturas psíquicas. Quando vi Muito bem acompanhada em 2009, eu percebi que eu queria muito mais do que eu tinha. Muito mais do que tudo que eu já tinha tido.  Ao assistir o mesmo filme hoje, quase sete anos mais velha, tenho a mesma sensação....só que muito mais intensa.



 

Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious.  Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas. 













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