Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Virou moda no Brasil esta coisa de embutir lâmpadas super fortes no teto. Às vezes sinto que elas farão uma espécie de raio-X das minhas entranhas.
Gosto de iluminações aconchegantes, à base de abajures e arandelas. Tudo à meia luz, tudo iluminado por uma luz gentil e favorável, que não fira os sentimentos, que não rasgue a pele da alma de forma equivocada.
Gosto de olhar os rostos emoldurados pela sutileza das luzes brandas, para que as luzes da alma possam brilhar por meio de um sorriso sincero ou um olhar mais denso.
Gosto da patética e comovente lanterna de papel de Blanche Dubois: a desafortunada heroína de Um bonde chamado desejo.
Gosto das luzes suaves que abraçam a alma e me chamam para dançar. Gosto de ver seu rosto emergir da penumbra rumo a mim: dois estranhos tentando sobreviver a este mundo nu e cru, cheio de luzes estridentes de banco a gritar verdades que não queremos ouvir.
Tapo meus ouvidos e cerro meus olhos até ser conduzida por sua mão para um lugar seguro. Um lugar onde reine a poesia e possa ouvir a melodia da alma. Um lugar onde as luzes me embalem num sono profundo e lento.
Um lugar onde possa ver o seu rosto sem disfarces, sem máscaras ou meias palavras. Um lugar em que não precise me defender de você com uma ironia barata.
Um lugar onde possamos fechar as janelas deste mundo real horrendo e ser apenas João e Maria da música de Chico Buarque.
Virou moda no Brasil esta coisa de embutir lâmpadas super fortes no teto. Às vezes sinto que elas farão uma espécie de raio-X das minhas entranhas.
Gosto de iluminações aconchegantes, à base de abajures e arandelas. Tudo à meia luz, tudo iluminado por uma luz gentil e favorável, que não fira os sentimentos, que não rasgue a pele da alma de forma equivocada.
Gosto de olhar os rostos emoldurados pela sutileza das luzes brandas, para que as luzes da alma possam brilhar por meio de um sorriso sincero ou um olhar mais denso.
Gosto da patética e comovente lanterna de papel de Blanche Dubois: a desafortunada heroína de Um bonde chamado desejo.
Gosto das luzes suaves que abraçam a alma e me chamam para dançar. Gosto de ver seu rosto emergir da penumbra rumo a mim: dois estranhos tentando sobreviver a este mundo nu e cru, cheio de luzes estridentes de banco a gritar verdades que não queremos ouvir.
Tapo meus ouvidos e cerro meus olhos até ser conduzida por sua mão para um lugar seguro. Um lugar onde reine a poesia e possa ouvir a melodia da alma. Um lugar onde as luzes me embalem num sono profundo e lento.
Um lugar onde possa ver o seu rosto sem disfarces, sem máscaras ou meias palavras. Um lugar em que não precise me defender de você com uma ironia barata.
Um lugar onde possamos fechar as janelas deste mundo real horrendo e ser apenas João e Maria da música de Chico Buarque.
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
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