Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Parafraseando o filme Café da manhã em Plutão ( recomendo para aqueles que tiverem mente aberta ou pretendem abri-la) inicio meu post de hoje.
Pela Psicologia , as formas circulares têm relação com o feminino e para a Astrologia a lua rege as emoções das pessoas, como elas se relacionam tanto com familiares, amigos, colegas, inimigos etc A lua diz respeito às necessidades psicológicas da pessoa. Não confundam com Vênus que cuida da parte mais romântica da nossa vida, que diz respeito ao amante que somos, ao nosso senso de beleza, de prazer e como nos relacionamos também com o dinheiro.
Minha análise é bem superficial pois não sou astróloga. Apenas leio sobre o tema pois me interesso por todas as disciplinas que lidam com o simbólico.
Mas voltando à lua , ela se refere ao feminino. Por tal motivo a escolhi como parte do título do meu post. Pois hoje quero falar sobre o feminino. Não me refiro a esta parte chatinha do feminino que fica histérica diante de uma vitrine com sapatos e bolsas. Também não me refiro às mulheres que querem cortar os pulsos porque têm um pouco de celulite na bunda e que transformam umas ondulações na pele , totalmente banais, em uma tragédia por falta de intelecto.
Me refiro à parte instigante e intrigante do feminino. Me refiro à mulher como ambiguidade, dicotomia, como intuição afiada, doçura venenosa, subterfúgios, carência poética, impulsos assassinos, passionalidade à flor da pele, ironia para disfarçar tudo o que ela não pode dizer.
Me refiro ao feminino como inteligência sensível, como força mental, como agente de transformações em um mundo patriarcal, certinho demais. Sim, o mundo patriarcal é chato demais. É o mundo da hipocrisia. Dos casamentos infelizes. Dos ditos homens de bem que traem suas mulheres até com a samambaia da casa. Que desprezam suas mulheres pelo simples fato de serem suas mulheres.
É o mundo em que crianças são obrigadas pelos pais a exercer uma religião que elas não querem. É o mundo do "Tudo bem?" sem querer saber a resposta. É o mundo corporativo, mecanizado, que sorri sem mostrar os dentes.
Quem teve o prazer de assistir à peça teatral A Alma imoral baseada no fantástico livro homônimo escrito pelo rabino Nilton Bonder ( uma combinação rica entre a mais transgressora Filosofia com Teologia judaica) sabe que a mulher trai a tradição para manter o que realmente importa na tradição.
Pelo autor, a mulher é o agente de mudanças e não deveríamos nos eximir de nossa responsabilidade. Gerar mudanças vai muito além de hostilizar os homens.
Gerar mudanças implica em mudar o nosso olhar sobre nós mesmas. Gerar mudanças implica em nos sentirmos realmente bem com o nosso feminino. A partir do momento em que realmente amarmos ser o que somos, independente da celulite, da estria, da roupa da moda que não temos, da cantada que não levamos ou da cantada grosseira que levamos, da falta de afeto do nosso parceiro, seremos realmente capazes de promover o nosso papel no mundo.
A mulher é violentada tanto pelos homens como por elas mesmas. E não me refiro a violência física apenas. Neste momento me centro muito mais na violência psicológica. Homens torturam as mulheres emocionalmente e nós os auxiliamos nesta tarefa lindamente bem, entregando nas mãos masculinas o dever de nos fazer feliz e de nos valorizar.
Quantas vezes não permitimos ser abusadas sexualmente? E mais uma vez não estou me referindo a estupros. Estou me referindo a um estupro simbólico consentido. De um modo geral ( existem homens e homens e existem mulheres e mulheres) a mulher tem uma percepção muito mais subjetiva do ato sexual. Por mais desencanada que ela seja, a mulher se envolve mais afetivamente no ato sexual, de um modo geral. Principalmente as mais jovens e inexperientes, que carregam muitas fantasias românticas e encaram o sexo de forma mais idealizada.
Quantas jovenzinhas e algumas mulheres maduras também não se entregam rápido demais ao sexo , não por liberalidade e vontade de ter prazer, mas para garantir o sucesso de uma relação, para garantir que o parceiro fique com ela e preencha suas lacunas emocionais? Quantas mulheres não sofrem na cama, mas se submetem para se sentirem "protegidas e amparadas" por um homem. Quantas mulheres não perdem a virgindade de forma desastrosa ou realizam o primeiro ato sexual com um novo parceiro sem se sentirem devidamente preparadas para isso?
Sim, caras mulheres. A situação apresentada acima é muito comum e quase todas nós já passamos por ela pelo menos uma vez na vida. Os homens conhecem a nossa fragilidade emocional, a nossa necessidade histérica de sermos queridas e aprovadas por eles e muitos nos usam sem dó nem piedade, principalmente àquelas com menos recursos afetivos e intelectuais para se defender.
Todo homem que transa com uma mulher inocente apenas para satisfazer suas necessidades fisiológicas é um estuprador. Talvez até pior. Porque um estuprador de fato machuca o corpo. Um estuprador simbólico machuca a alma e nos torna cúmplices de seu vil crime.
Parafraseando o filme Café da manhã em Plutão ( recomendo para aqueles que tiverem mente aberta ou pretendem abri-la) inicio meu post de hoje.
Pela Psicologia , as formas circulares têm relação com o feminino e para a Astrologia a lua rege as emoções das pessoas, como elas se relacionam tanto com familiares, amigos, colegas, inimigos etc A lua diz respeito às necessidades psicológicas da pessoa. Não confundam com Vênus que cuida da parte mais romântica da nossa vida, que diz respeito ao amante que somos, ao nosso senso de beleza, de prazer e como nos relacionamos também com o dinheiro.
Minha análise é bem superficial pois não sou astróloga. Apenas leio sobre o tema pois me interesso por todas as disciplinas que lidam com o simbólico.
Mas voltando à lua , ela se refere ao feminino. Por tal motivo a escolhi como parte do título do meu post. Pois hoje quero falar sobre o feminino. Não me refiro a esta parte chatinha do feminino que fica histérica diante de uma vitrine com sapatos e bolsas. Também não me refiro às mulheres que querem cortar os pulsos porque têm um pouco de celulite na bunda e que transformam umas ondulações na pele , totalmente banais, em uma tragédia por falta de intelecto.
Me refiro à parte instigante e intrigante do feminino. Me refiro à mulher como ambiguidade, dicotomia, como intuição afiada, doçura venenosa, subterfúgios, carência poética, impulsos assassinos, passionalidade à flor da pele, ironia para disfarçar tudo o que ela não pode dizer.
Me refiro ao feminino como inteligência sensível, como força mental, como agente de transformações em um mundo patriarcal, certinho demais. Sim, o mundo patriarcal é chato demais. É o mundo da hipocrisia. Dos casamentos infelizes. Dos ditos homens de bem que traem suas mulheres até com a samambaia da casa. Que desprezam suas mulheres pelo simples fato de serem suas mulheres.
É o mundo em que crianças são obrigadas pelos pais a exercer uma religião que elas não querem. É o mundo do "Tudo bem?" sem querer saber a resposta. É o mundo corporativo, mecanizado, que sorri sem mostrar os dentes.
Quem teve o prazer de assistir à peça teatral A Alma imoral baseada no fantástico livro homônimo escrito pelo rabino Nilton Bonder ( uma combinação rica entre a mais transgressora Filosofia com Teologia judaica) sabe que a mulher trai a tradição para manter o que realmente importa na tradição.
Pelo autor, a mulher é o agente de mudanças e não deveríamos nos eximir de nossa responsabilidade. Gerar mudanças vai muito além de hostilizar os homens.
Gerar mudanças implica em mudar o nosso olhar sobre nós mesmas. Gerar mudanças implica em nos sentirmos realmente bem com o nosso feminino. A partir do momento em que realmente amarmos ser o que somos, independente da celulite, da estria, da roupa da moda que não temos, da cantada que não levamos ou da cantada grosseira que levamos, da falta de afeto do nosso parceiro, seremos realmente capazes de promover o nosso papel no mundo.
A mulher é violentada tanto pelos homens como por elas mesmas. E não me refiro a violência física apenas. Neste momento me centro muito mais na violência psicológica. Homens torturam as mulheres emocionalmente e nós os auxiliamos nesta tarefa lindamente bem, entregando nas mãos masculinas o dever de nos fazer feliz e de nos valorizar.
Quantas vezes não permitimos ser abusadas sexualmente? E mais uma vez não estou me referindo a estupros. Estou me referindo a um estupro simbólico consentido. De um modo geral ( existem homens e homens e existem mulheres e mulheres) a mulher tem uma percepção muito mais subjetiva do ato sexual. Por mais desencanada que ela seja, a mulher se envolve mais afetivamente no ato sexual, de um modo geral. Principalmente as mais jovens e inexperientes, que carregam muitas fantasias românticas e encaram o sexo de forma mais idealizada.
Quantas jovenzinhas e algumas mulheres maduras também não se entregam rápido demais ao sexo , não por liberalidade e vontade de ter prazer, mas para garantir o sucesso de uma relação, para garantir que o parceiro fique com ela e preencha suas lacunas emocionais? Quantas mulheres não sofrem na cama, mas se submetem para se sentirem "protegidas e amparadas" por um homem. Quantas mulheres não perdem a virgindade de forma desastrosa ou realizam o primeiro ato sexual com um novo parceiro sem se sentirem devidamente preparadas para isso?
Sim, caras mulheres. A situação apresentada acima é muito comum e quase todas nós já passamos por ela pelo menos uma vez na vida. Os homens conhecem a nossa fragilidade emocional, a nossa necessidade histérica de sermos queridas e aprovadas por eles e muitos nos usam sem dó nem piedade, principalmente àquelas com menos recursos afetivos e intelectuais para se defender.
Todo homem que transa com uma mulher inocente apenas para satisfazer suas necessidades fisiológicas é um estuprador. Talvez até pior. Porque um estuprador de fato machuca o corpo. Um estuprador simbólico machuca a alma e nos torna cúmplices de seu vil crime.
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
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