Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Terminei a noite de ontem com Perfect Kiss e inicio o dia de hoje com Tears for fears. Embora esteja muito ligada ao mundo latino ( sou uma pacífica combinação do melodrama histérico italiano com a compulsão assassina espanhola) me fascino pelo mundo britânico.
Por causa de métodos arcaicos usados para ensinar a língua na minha longínqua infância mais uma boa dose de preguiça e comodismo da fase adulta, acabei resistindo a aprender o idioma. Mas por conta de um namoro/noivado tive que aprender na marra como disse rindo uma amiga de infância.
Quer dizer...aprender , aprender de fato, eu ainda não aprendi. Me comunico. Me viro. Prefiro falar a ouvir. Embora fale mal, me faço entender. Mas para eu entender, a coisa complica....de qualquer forma gosto do som da língua. Não digo que seja bonita. Muito pelo contrário. É uma língua feia gostosa.
Mas não é por causa do idioma que me seduzo pelos ingleses, muito menos pela culinária ou por toda aquela formalidade...me seduzo por seu humor ácido, contundente , seco , cortante.
Humor é algo muito cultural. Normalmente não vemos muita graça nas piadas das culturas alheias, pois dificilmente chegamos ao âmago delas...ou como diria Marlon Brando em Último tango em Paris ...no cu da questão ( aquilo foi um caco dele com certeza RS Não imagino Bertolucci escrevendo esta deliciosa e barata filosofia no roteiro).
Tirando o escrachado humor brasileiro, gosto mesmo apenas do inglês. Ok.Ok.Ok. O americano Two and a half men também é engraçado...porque é cínico e foge àquele esquemão do humor pateta de escorregar na casca de banana. É niilismo sexy na veia.
Volto para Perfect Kiss e penso que talvez a formalidade inglesa possa ser meio sexy...quem os imagina extremamente pudicos e sem sangue nas veias , precisa mergulhar em alguns de seus livros mais célebres.
Maurice de Graham Greene , Heathcliff de Emily Brönte, Mr. Edward de Charlotte Brönte, Jude de Thomas Hardy ou o amante de lady Chatterley, de David H Lawrence nada deixam a desejar a um bom Latin lover...acho que são até melhores....porque eles ligam no dia seguinte e costumam ficar obcecados. Nunca subestime o poder de sedução sufocante de um homem obcecado. Homem obcecado é coisa séria. É coisa para livro famoso ou aqueles romances que te deixam na maior ressaca a vida inteira...ou pelo menos por boa parte dela...
Os ingleses são práticos, didáticos e tem aquele jeito meio blasé , de quem está cagando para a opinião alheia.
Gosto das bandas inglesas , da sua toada. Elas tem uma melancolia gostosa. Uma melancolia que me deixa alegre. Não sou do tipo que fica feliz recebendo cartões floridos e luminosos com estrelinhas piscando ou ouvindo conselhos de autoajuda que a minha vida vai brilhar ali na frente porque sou uma boa pessoa e eu mereço.
Ela chegou a brilhar algumas vezes , mas depois se apagou novamente...a última vez que vi o nascer do sol e acreditei ingenuamente no futuro foi no dia 24 de dezembro...e quem pensa que teve relação com o natal, se engana redondamente...às vezes sinto pena de mim. Às vezes , acho graça e rio de mim mesma. Existe certo charme em ser patética.
Prefiro quem assume , olhando nos meus olhos e sorrindo sedutoramente , que tudo é uma merda, mas que se foda...
Terminei a noite de ontem com Perfect Kiss e inicio o dia de hoje com Tears for fears. Embora esteja muito ligada ao mundo latino ( sou uma pacífica combinação do melodrama histérico italiano com a compulsão assassina espanhola) me fascino pelo mundo britânico.
Por causa de métodos arcaicos usados para ensinar a língua na minha longínqua infância mais uma boa dose de preguiça e comodismo da fase adulta, acabei resistindo a aprender o idioma. Mas por conta de um namoro/noivado tive que aprender na marra como disse rindo uma amiga de infância.
Quer dizer...aprender , aprender de fato, eu ainda não aprendi. Me comunico. Me viro. Prefiro falar a ouvir. Embora fale mal, me faço entender. Mas para eu entender, a coisa complica....de qualquer forma gosto do som da língua. Não digo que seja bonita. Muito pelo contrário. É uma língua feia gostosa.
Mas não é por causa do idioma que me seduzo pelos ingleses, muito menos pela culinária ou por toda aquela formalidade...me seduzo por seu humor ácido, contundente , seco , cortante.
Humor é algo muito cultural. Normalmente não vemos muita graça nas piadas das culturas alheias, pois dificilmente chegamos ao âmago delas...ou como diria Marlon Brando em Último tango em Paris ...no cu da questão ( aquilo foi um caco dele com certeza RS Não imagino Bertolucci escrevendo esta deliciosa e barata filosofia no roteiro).
Tirando o escrachado humor brasileiro, gosto mesmo apenas do inglês. Ok.Ok.Ok. O americano Two and a half men também é engraçado...porque é cínico e foge àquele esquemão do humor pateta de escorregar na casca de banana. É niilismo sexy na veia.
Volto para Perfect Kiss e penso que talvez a formalidade inglesa possa ser meio sexy...quem os imagina extremamente pudicos e sem sangue nas veias , precisa mergulhar em alguns de seus livros mais célebres.
Maurice de Graham Greene , Heathcliff de Emily Brönte, Mr. Edward de Charlotte Brönte, Jude de Thomas Hardy ou o amante de lady Chatterley, de David H Lawrence nada deixam a desejar a um bom Latin lover...acho que são até melhores....porque eles ligam no dia seguinte e costumam ficar obcecados. Nunca subestime o poder de sedução sufocante de um homem obcecado. Homem obcecado é coisa séria. É coisa para livro famoso ou aqueles romances que te deixam na maior ressaca a vida inteira...ou pelo menos por boa parte dela...
Os ingleses são práticos, didáticos e tem aquele jeito meio blasé , de quem está cagando para a opinião alheia.
Gosto das bandas inglesas , da sua toada. Elas tem uma melancolia gostosa. Uma melancolia que me deixa alegre. Não sou do tipo que fica feliz recebendo cartões floridos e luminosos com estrelinhas piscando ou ouvindo conselhos de autoajuda que a minha vida vai brilhar ali na frente porque sou uma boa pessoa e eu mereço.
Ela chegou a brilhar algumas vezes , mas depois se apagou novamente...a última vez que vi o nascer do sol e acreditei ingenuamente no futuro foi no dia 24 de dezembro...e quem pensa que teve relação com o natal, se engana redondamente...às vezes sinto pena de mim. Às vezes , acho graça e rio de mim mesma. Existe certo charme em ser patética.
Prefiro quem assume , olhando nos meus olhos e sorrindo sedutoramente , que tudo é uma merda, mas que se foda...
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
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