Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Ás vezes, a gente se faz de forte. Finge que está tudo bem. Ou que vai ficar em breve.
Às vezes a gente sorri tristemente para dizer aos outros e para nós mesmos que a dor é passageira e que vai nos ensinar alguma coisa.
Às vezes a gente faz piada e ri alto para dizer ao mundo que sobrevivemos.
Às vezes a gente escreve frases otimistas para espantar o medo.
Às vezes a gente continua criando, dizendo para acreditar que ainda estamos vivendo.
Às vezes, a verdade vem à tona e a gente se percebe nu e demaquilado diante do espelho.
Às vezes, a gente descobre que a tristeza nos pegou de jeito. Que ela se infiltrou em nossa alma como um câncer fatal.
Às vezes a gente se toca de que não adianta mais lutar nem acreditar nem se reinventar.
Às vezes a gente compreende que está cansado demais para superar. Que já fizemos uso de todas as ferramentas que poderíamos utilizar.
Às vezes a gente entende de que falar ou calar pouco importa. O mundo é como é. Vazio, hipócrita.
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
As pessoas estão cada dia mais cinza procurando no outro a cor perfeita, sendo que na verdade elas devem procurar colorir-se primeiro para encontrar no outro a misturar perfeita.
ResponderExcluirEu busco as minhas cores e vivo em um mundo colorido porque tenho esperança e acredito naquele 1%(vagabundo rsrs) mas, confesso que as vezes me deixo abalar pelo cinza.
Confesso que cansei de lutar. De remar contra a maré. Queria manter a esperança de que a vida poderia ser maravilhosa. Mas infelizmente percebo que as convenções e a hipocrisia e o medo acabam sempre vencendo. Nunca me submeterei aos convenientes jogos sociais. O mundo não conseguiu me corromper. Está é a minha maior dignidade.
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