Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Sempre desejamos um amor com futuro. Mas talvez devêssemos querer apenas um amor com presente. Como disse Renato Russo, o amanhã não existe.
E se me sinto confortável em seus braços hoje, por que deveria pensar eu se me sentirei perfeitamente encaixada no seu abraço daqui um ano ou dez?
E se eu vou me desmilinguindo como uma flor despetalada cada vez que te vejo , que direito tenho eu de tentar negar o inegável, esconder o que brilha como um néon vermelho de hotel barato?
E se eu espero por um abraço seu como quem espera por um pouco de água depois de ter atravessado a pé um deserto, como posso dizer a mim mesma que te esquecer é questão de tempo?
E seus abraços sempre são breves por mais longos que sejam. Eles me deixam com mais sede de sentir os seus braços em mim. E o seu cheiro fica impregnado na minha memória como uma adaga cravada no peito.
E se é cruel comigo com sua altivez falsamente despretensiosa, seu jeito blasé que olha fundo a minha alma, é porque sabe que pode me manusear a seu bel prazer, brinquedinho manipulável, joguete que se revela a cada cartada.
E eu espero a sua deixa para dizer a minha próxima fala. E eu espero que me conduza, pois caso contrário, ficarei parada no meio do salão à espera de alguém mais forte. Alguém capaz de dobrar a minha vontade.
Sim, quero um amor com presente. Um amor com gosto de algodão doce, envolto em tules cor-de-rosa, estourando no ar como bolhas de sabão ao som de violinos.
Sim, quero um amor com presente. Um amor que faça cócegas na alma e machuque de leve o peito. Quero um amor que brilhe como purpurina numa sessão de cinema domingo à tarde.
Quero um amor que saia voando por aí como um balão com gás. Quero um amor que faça me olhar para o alto e me abrace despudorado.
Sempre desejamos um amor com futuro. Mas talvez devêssemos querer apenas um amor com presente. Como disse Renato Russo, o amanhã não existe.
E se me sinto confortável em seus braços hoje, por que deveria pensar eu se me sentirei perfeitamente encaixada no seu abraço daqui um ano ou dez?
E se eu vou me desmilinguindo como uma flor despetalada cada vez que te vejo , que direito tenho eu de tentar negar o inegável, esconder o que brilha como um néon vermelho de hotel barato?
E se eu espero por um abraço seu como quem espera por um pouco de água depois de ter atravessado a pé um deserto, como posso dizer a mim mesma que te esquecer é questão de tempo?
E seus abraços sempre são breves por mais longos que sejam. Eles me deixam com mais sede de sentir os seus braços em mim. E o seu cheiro fica impregnado na minha memória como uma adaga cravada no peito.
E se é cruel comigo com sua altivez falsamente despretensiosa, seu jeito blasé que olha fundo a minha alma, é porque sabe que pode me manusear a seu bel prazer, brinquedinho manipulável, joguete que se revela a cada cartada.
E eu espero a sua deixa para dizer a minha próxima fala. E eu espero que me conduza, pois caso contrário, ficarei parada no meio do salão à espera de alguém mais forte. Alguém capaz de dobrar a minha vontade.
Sim, quero um amor com presente. Um amor com gosto de algodão doce, envolto em tules cor-de-rosa, estourando no ar como bolhas de sabão ao som de violinos.
Sim, quero um amor com presente. Um amor que faça cócegas na alma e machuque de leve o peito. Quero um amor que brilhe como purpurina numa sessão de cinema domingo à tarde.
Quero um amor que saia voando por aí como um balão com gás. Quero um amor que faça me olhar para o alto e me abrace despudorado.
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
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