Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Ouvi dizer certa vez que se a gente olhar para o abismo, o abismo olha para gente. Sempre me senti irremediavelmente atraída por todos os precipícios por onde passei. Às vezes, penso que o meu coração é o maior deles.
Faço parte daquela raça de gente estranha que não recua diante dos destroços de pessoas destruídas. Me enfronho no caos e me deixo arrastar pelas paixões em uma batalha desigual em que sairei aniquilada.
Por alguns poucos anos , achei que a vida me trouxera juízo, bom senso. Meus ataques de "loucura" estavam se distanciando. O que se distanciava era eu mesma.
Não, não criei juízo. Não criei couraças. A pele da alma anda cada vez mais fina e rosada, prestes a se romper. Não me importo. Cansei de lutar contra mim mesma. Contra tudo aquilo que sinto e desejo.
Abandono-me numa letargia poética, em que tanto faz para onde a água corre. De qualquer forma o jogo está perdido. De qualquer forma terei os fieis braços da solidão para me abraçar e se aconchegar junto a meu corpo no raiar de cada noite. Para uma poeta isso deve bastar. E se não bastar, eu que faça o que tenho feito de melhor: me danar.
Ouvi dizer certa vez que se a gente olhar para o abismo, o abismo olha para gente. Sempre me senti irremediavelmente atraída por todos os precipícios por onde passei. Às vezes, penso que o meu coração é o maior deles.
Faço parte daquela raça de gente estranha que não recua diante dos destroços de pessoas destruídas. Me enfronho no caos e me deixo arrastar pelas paixões em uma batalha desigual em que sairei aniquilada.
Por alguns poucos anos , achei que a vida me trouxera juízo, bom senso. Meus ataques de "loucura" estavam se distanciando. O que se distanciava era eu mesma.
Não, não criei juízo. Não criei couraças. A pele da alma anda cada vez mais fina e rosada, prestes a se romper. Não me importo. Cansei de lutar contra mim mesma. Contra tudo aquilo que sinto e desejo.
Abandono-me numa letargia poética, em que tanto faz para onde a água corre. De qualquer forma o jogo está perdido. De qualquer forma terei os fieis braços da solidão para me abraçar e se aconchegar junto a meu corpo no raiar de cada noite. Para uma poeta isso deve bastar. E se não bastar, eu que faça o que tenho feito de melhor: me danar.
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
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