terça-feira, 22 de março de 2016

Um pouco de hedonismo e preguiça festiva nunca fizeram mal a ninguém...

Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
 

Sim, um pouco de hedonismo e preguiça festiva nunca fizeram mal a ninguém. Um pouco de alegria para os sentidos, um pouco de euforia para a alma nunca fizeram ninguém cair em coma alcoólico. 

Sim, um pouco de hedonismo faz bem para a pele e proporciona um brilho todo especial ao sorriso. Muito melhor do que se encher de cremes e comer 5 maças por dia. Um pouco de preguiça festiva nos recarrega para as mais homéricas batalhas da vida.

A alegria, o tempo livre com os amigos,  conversar com gente que nos faz rir com os olhos ( já comentei que sorrisos labiais podem ser forçados. Os dos olhos nunca! Aprendi isso num programa sobre neurologia em um dos meus privilegiados momentos de ócio criativo) é o mais econômico e eficaz tratamento de rejuvenescimento celular. Remove muito mais células mortas e tristes do que dez sessões de peeling ou estes tratamentos mais modernos à base de laser que não conheço pois prefiro a prosaica prática do besteirol, da poesia e do sorriso.

O tempo livre para pensar naquilo que a gente quer pensar, aquela taça de vinho tomada fora de hora, aquele banho quente que faz mal à pele podem nos preparar fisicamente e emocionalmente para os dias mais pesados que teremos que enfrentar em algum momento.

Não há dinheiro no mundo, não há status no mundo que pague o prazer de ter tempo livre. Não há nada no mundo que pague a alegria de a gente poder mergulhar no nosso ócio criativo, no nosso cheiro de café recém coado , na nossa euforia intelectual que às vezes nos fazer dançar cambaleante em círculos...não há nada no mundo que pague o frenesi de uma conversa pesada que brinca de ser leve...que deixa escapar aos quatro ventos os seus sete véus. Não há nada no mundo que pague o destemor de andar pelas ruas como a gente mesmo, independente de olharmos para as estrelas ou para as sarjetas.

Não há nada no mundo que pague o calor de um olhar cúmplice, de um pensamento compartilhado, de um olhar ou uma expressão que grita em silêncio "Eu estou te entendendo porque também me sinto assim". Um dia um professor nos disse que cumplicidade era tudo aquilo que a gente mais queria e quase nunca conseguia.

Não, não há nada que pague a alegria de um reencontro.  Não há nada que pague a alegria de perdoar a nós mesmos e ao outro.
 
 
 
 

Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious.  Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas. 








 
 
 
 
 
 
 
 
 

Um comentário:

  1. Sorrir com os olhos é sorrir com a alma. Pra mim esse sorriso é o mais puro e sincero. Me cativa e me traz uma cumplicidade enorme. Sem falar que ele é o melhor remédio para evitar aquele famoso "pé de galinha" do rosto. :)

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