Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Hoje, de manhã, me deparei com mais um belo post do Facebook. Era uma citação da poeta Cecília Meireles, em que ela afirmava não deixar portas entreabertas. Ou ela as escancara ou as fecha de vez.
Tal citação me fez lembrar de uma fala atribuída a Jesus, em que ele afirmou gostar do quente e do frio e desprezar o morno.
Nunca gostei de dúvidas, de pontos de interrogação. Talvez é a pior palavra que existe. O não por mais doloroso que seja é mais administrável.
Sempre lembro de uma propaganda de TV que me punha apavorada. Era da cerveja Skincariol. Eles queriam fazer um suspense a respeito de uma nova marca de cerveja e apresentavam um rótulo amarelo vazio. Ai, meu Deus! Eu ficava apavorada quando via esta propaganda. Depois que experimentei a cerveja o pavor aumentou ...piadinhas à parte. Gosto de cerveja forte, encorpada. No dia que quero tomar algo leve , suave, peço uma Coca light com gelo e limão ou guaraná com gelo e laranja.
Mas voltando à questão do talvez e das portas entreabertas, concordo com a poeta. E não é para fazer média não. Concordo porque concordo mesmo. Se quem está ao nosso redor não é capaz de dizer sim nem não, que sejamos nós os capazes de dizer não, porque sim fora de hora, tarde demais, perde a graça.
Desde criança a gente escuta as pessoas falarem que a justiça tarda, mas não falha. Para mim, se tardou , já falhou. Certas coisas acontecem numa determinada hora ou não precisam mais acontecer.
Sempre lembro de uma moça que conheci e que contou uma história meio triste. Quando criança, ela queria muito ganhar uma boneca Barbie, mas a mãe não tinha dinheiro para comprar. Quando ela se tornou adolescente , a mãe arranjou dinheiro para comprar uma e perguntou à filha se ela ainda queria uma Barbie. Ela respondeu que sim. Fim do relato.
Fiquei com esta história na minha cabeça durante os últimos 10 ou 11 anos... será que a Barbie foi verdadeiramente desfrutada por uma adolescente?
Sim, acho que sonhos tem data de validade sim. Acho que já escrevi sobre isso em outro artigo. Pode ser que esta moça tenha curtido muito a Barbie dela, muito mais do que eu que tive inúmeras quando era criança.
Minhas Barbies maltratadas, de cabelo duro e pés decepados. Sim, eu mastigava os pés das minhas Barbies até eles caírem. A cada Barbie nova, prometia para mim mesma me controlar nesta mania horrível. Não me perguntem por que eu fazia isso. Realmente não sei. A única poupada foi a última , uma que entreguei intacta a uma prima mais nova. Um tempo mais tarde, vi que minha priminha também havia mastigado o pé da boneca...será que é um mal de família???????? Ai, meu Deus...lá vem o talvez de novo!
Hoje, de manhã, me deparei com mais um belo post do Facebook. Era uma citação da poeta Cecília Meireles, em que ela afirmava não deixar portas entreabertas. Ou ela as escancara ou as fecha de vez.
Tal citação me fez lembrar de uma fala atribuída a Jesus, em que ele afirmou gostar do quente e do frio e desprezar o morno.
Nunca gostei de dúvidas, de pontos de interrogação. Talvez é a pior palavra que existe. O não por mais doloroso que seja é mais administrável.
Sempre lembro de uma propaganda de TV que me punha apavorada. Era da cerveja Skincariol. Eles queriam fazer um suspense a respeito de uma nova marca de cerveja e apresentavam um rótulo amarelo vazio. Ai, meu Deus! Eu ficava apavorada quando via esta propaganda. Depois que experimentei a cerveja o pavor aumentou ...piadinhas à parte. Gosto de cerveja forte, encorpada. No dia que quero tomar algo leve , suave, peço uma Coca light com gelo e limão ou guaraná com gelo e laranja.
Mas voltando à questão do talvez e das portas entreabertas, concordo com a poeta. E não é para fazer média não. Concordo porque concordo mesmo. Se quem está ao nosso redor não é capaz de dizer sim nem não, que sejamos nós os capazes de dizer não, porque sim fora de hora, tarde demais, perde a graça.
Desde criança a gente escuta as pessoas falarem que a justiça tarda, mas não falha. Para mim, se tardou , já falhou. Certas coisas acontecem numa determinada hora ou não precisam mais acontecer.
Sempre lembro de uma moça que conheci e que contou uma história meio triste. Quando criança, ela queria muito ganhar uma boneca Barbie, mas a mãe não tinha dinheiro para comprar. Quando ela se tornou adolescente , a mãe arranjou dinheiro para comprar uma e perguntou à filha se ela ainda queria uma Barbie. Ela respondeu que sim. Fim do relato.
Fiquei com esta história na minha cabeça durante os últimos 10 ou 11 anos... será que a Barbie foi verdadeiramente desfrutada por uma adolescente?
Sim, acho que sonhos tem data de validade sim. Acho que já escrevi sobre isso em outro artigo. Pode ser que esta moça tenha curtido muito a Barbie dela, muito mais do que eu que tive inúmeras quando era criança.
Minhas Barbies maltratadas, de cabelo duro e pés decepados. Sim, eu mastigava os pés das minhas Barbies até eles caírem. A cada Barbie nova, prometia para mim mesma me controlar nesta mania horrível. Não me perguntem por que eu fazia isso. Realmente não sei. A única poupada foi a última , uma que entreguei intacta a uma prima mais nova. Um tempo mais tarde, vi que minha priminha também havia mastigado o pé da boneca...será que é um mal de família???????? Ai, meu Deus...lá vem o talvez de novo!
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
Meu Deus!!! Eu não estou sozinha nessa vida. E eu achando que era a única que mordia a coitada da barbie.Rs! Não sei, mas, eu achava tão terapêutico morder aquele material que era feito. Tão macil! :D Mas, concordo sobre o prazo de validade dos sonhos. E às portas entre abertas que a Cecília Meireles descrever. Ou é tudo ou nada!
ResponderExcluirVc também mordia??????? RSRSRS Eu achava uma delícia, mas depois me sentia culpada pois mutilava as coitadinhas. Cuidei direito apenas da minha última Barbie que ganhei aos 8 anos. Ela ficou linda até os meus 13 anos, quando a dei a uma prima menor...que a destruiu RS Sobre sonhos...algumas coisas aconteceram na minha vida num momento em que elas já não me importavam tanto assim. Realmente, para mim, algumas coisas ou acontecem no ato ou não acontecem. Para um sonho durar anos e anos, ele precisa ser muito especial mesmo!
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