Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Havia planejado um domingo animado. Havia planejado sair com amigos mais ou menos 15 anos mais novos do que eu. Estava super a fim de tomar cerveja artesanal, falar bobagem, rir de tudo, principalmente de mim mesma. Sim, às vezes, me acho uma boa piada. Daquelas bem maliciosas e sarcásticas.
Fim da tarde. Me arrependo de não ter saído, mas lá no fundo me absolvo porque sou uma garota bem preguiçosa. Não sei explicar bem o porquê, mas algo no ambiente doméstico me hipnotiza, me embriaga...e não estou me referindo às minhas doses de Martini Bianco bem gelado servidos em meus copos azuis estridentes.
Sei lá...por mais que curta usufruir desta cidade louca que é São Paulo, ir ao teatro, vagar por livrarias como uma autista que não enxerga ninguém, apenas os livros e os dvds, algo me atrai no ambiente de casa.
Por mais que adore uma mesinha de bar, um bom lanche gourmet numa padaria cheia de frescurete ( semana passada comi um fantástico! Sanduíche de carpaccio. Falaram que era light. Com aquele monte de azeite e queijo amarelo? Ok) algo no ambiente de casa me enlaça.
Ok.Ok.Ok. Trabalhei praticamente o sábado todo e estava cansada. Seria uma boa justificativa para a minha languidez no domingo, se eu não me conhecesse o bastante para saber que algo no ambiente de casa...bom, vocês já sabem!
Gosto da dose de Martini antes do almoço. Do cheiro de café de coador no meio da tarde. Gosto de sentar na frente do meu computador e criar meus mundos imaginários. Gosto de colocar meus fones de ouvido e ser levada para galáxias distantes, para terras ficcionais onde só exista o gozo do amor e da poesia.
Onde possa sentir braços que me enlaçam, sentindo o amor 18 quilates, sem nenhuma impureza, sem carregar no meu peito nenhuma mágoa. Uma terra sem amores de fachada. Uma terra com amores sem medo. Uma espécie do Jardim do Éden, um paraíso perdido, o paraíso que desenhamos em nossa mente quando sentimos os lábios do outro pela primeira vez roçando o nosso mundo íntimo.
Gosto de andar de chinelos. Gosto de deitar no sofá e ver um filme que mexa comigo. Gosto de comer pizza na frente da TV. Gosto de me perder nas minhas leituras, um monte de jornais sobre a escrivaninha, sempre o notebook conectado no Google.
Diante da culpa de não ter me divertido como quase todos os mortais se divertem, me convenci que estudar Freud foi uma boa maneira de viver o meu domingo. Soou meio depressivo, né? Mas na verdade não é não. Eu sou meio nerd mesmo RS
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
Eu trocaria o depressivo por poético. Sei que é bom sair com os amigos, tomar alguma coisa e apreciar os lugares e a gastronomia. Mas,o Domingo é o dia que nos prende em casa. O dia que faz a gente ficar com aquele "look de mendigo", sabe? Aquela roupa "malamanhada". E o nosso quarto fica mais acolhedor e aconchegante. Mesmo que lá fora esteja fazendo um dia lindo! A gente se prende em fazer uma macarronada para o almoço. E de tarde? Lascou! Inventa de assistir algum filme que nos foi indicado ou vai ler os últimos capítulos do livro que você ainda não terminou. Aí, a tarde vai ficando mais poética e você também vai se deixando envolver por aquele fim de Domingo. E vê outro filme, vai preparar um café, encontra algo na mesinha do quarto e começa a lê. Ficamos discutindo o assunto do que foi lido com a nossa mente. E sentimentos a vontade enorme de escrever alguma coisa. E vamos para Internet. E olhamos as redes sociais e observamos alguma coisa que nos chamou a atenção e começamos a dar a nossa opinião sobre aquilo e interagimos com outras pessoas e quando olhamos para o relógio já é segunda feira.
ResponderExcluirSim, concordo com vc. Domingo é um bom dia para ficar em casa, principalmente quando tivemos uma semana punk. Sexta à noite, sábado são dias que nos chamam mais para a rua, para o outro externo a nós.
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