Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Frio mais uma vez. Frio de novo. Frio finalmente. Depois de tanto tempo, frio. Corro para o chuveiro e deixo o jato quente cair sobre a pele da minha alma que sorri languidamente. Que sorri feliz.
Vontade de chocolate quente. O achocolatado acabou. Sem problemas. Improviso com calda de chocolate para sorvete. Um pouco doce demais. Sem problemas. Jogo um pouco de canela em pó. Aspiro o cheiro. Mais um pouco. Só mais um pouco.
Chocolate quente com canela , pão com queijo. Filminho na TV. Cobertor enrolado nas pernas, me pegando de jeito. Um livro antigo me olha sedutor à minha espera. Quero relaxar e fazer tudo ao mesmo tempo. Minha alma sorri languidamente mais uma vez. Sorri feliz, meio infantilizada de tanto e tão despudorado prazer.
Olho pela janela e o tempo cinzento me enlaça, me abraça com seus mil braços gentis. E pela rua , saio saltitante, sem transpirar , sem chorar por dentro, sem reclamar. Boina na cabeça, o cérebro fervilhando , vontade de ser cinco ou seis só para aproveitar todas as possibilidades. Não quero perder nada. O vento balança os cabelos, a saia rodada por cima das meias grossas. Quero rir sozinha. Minha alma sorri que nem boba. Minha alma sorri languidamente pela enésima vez. Nove mil vezes mais feliz.
Olho pela janela que desemboca no pátio interno da minha alma. Vejo os galhos secos cobertos de neve e sorrio , sorrio, sorrio até rodopiar, até desfalecer de estranho prazer. Até florescer.
Frio mais uma vez. Frio de novo. Frio finalmente. Depois de tanto tempo, frio. Corro para o chuveiro e deixo o jato quente cair sobre a pele da minha alma que sorri languidamente. Que sorri feliz.
Vontade de chocolate quente. O achocolatado acabou. Sem problemas. Improviso com calda de chocolate para sorvete. Um pouco doce demais. Sem problemas. Jogo um pouco de canela em pó. Aspiro o cheiro. Mais um pouco. Só mais um pouco.
Chocolate quente com canela , pão com queijo. Filminho na TV. Cobertor enrolado nas pernas, me pegando de jeito. Um livro antigo me olha sedutor à minha espera. Quero relaxar e fazer tudo ao mesmo tempo. Minha alma sorri languidamente mais uma vez. Sorri feliz, meio infantilizada de tanto e tão despudorado prazer.
Olho pela janela e o tempo cinzento me enlaça, me abraça com seus mil braços gentis. E pela rua , saio saltitante, sem transpirar , sem chorar por dentro, sem reclamar. Boina na cabeça, o cérebro fervilhando , vontade de ser cinco ou seis só para aproveitar todas as possibilidades. Não quero perder nada. O vento balança os cabelos, a saia rodada por cima das meias grossas. Quero rir sozinha. Minha alma sorri que nem boba. Minha alma sorri languidamente pela enésima vez. Nove mil vezes mais feliz.
Olho pela janela que desemboca no pátio interno da minha alma. Vejo os galhos secos cobertos de neve e sorrio , sorrio, sorrio até rodopiar, até desfalecer de estranho prazer. Até florescer.
Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
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