Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Sorvo a minha dose de solidão por meio do vinho branco gelado. Levo aos lábios um pouco das lembranças que estilhaçam meu coração. Não recuo. Continuo a beber daquilo que me faz mais triste.
Quase entorto a boca sensualmente para sorrir. Mas não é um riso de gozo ou volúpia. É o riso daqueles que se sabem desgraçados, perdidos, vencidos. É o riso daqueles que perderam a partida antes mesmo de iniciá-la.
Sinto certo prazer mórbido nisso. Olho pela janela e vejo a chuva cair. Minha alma se cobre um com um véu cinza. Não me importo. Quase entorto a boca de novo. Talvez , para afugentar o tédio. Talvez, para trazê-lo de novo ao meu corpo, aninhá-lo junto ao meu peito.
A melancolia é um vício. Não sei se poderei viver sem ela. Não sei se poderei viver com ela. Relação de amor e ódio. E entre afagos e cusparadas, sigo bebendo as minhas lembranças, sigo vivendo a minha vida de poeta. Sempre com um brilho estranho nos olhos e a alma meio rasgada , suja de lama e exalando alguma fragrância exótica. No meio do barro, posso sentir o aroma das damas da noite...
E por meio do calor das suas mãos , tudo se despedaça. Transforma poesia macabra em versos livres e desmancha uma carranca em argila pura , simples. Faz o que quiser de mim, mas no dia seguinte , volto a beber do meu vinho.
Sorvo a minha dose de solidão por meio do vinho branco gelado. Levo aos lábios um pouco das lembranças que estilhaçam meu coração. Não recuo. Continuo a beber daquilo que me faz mais triste.
Quase entorto a boca sensualmente para sorrir. Mas não é um riso de gozo ou volúpia. É o riso daqueles que se sabem desgraçados, perdidos, vencidos. É o riso daqueles que perderam a partida antes mesmo de iniciá-la.
Sinto certo prazer mórbido nisso. Olho pela janela e vejo a chuva cair. Minha alma se cobre um com um véu cinza. Não me importo. Quase entorto a boca de novo. Talvez , para afugentar o tédio. Talvez, para trazê-lo de novo ao meu corpo, aninhá-lo junto ao meu peito.
A melancolia é um vício. Não sei se poderei viver sem ela. Não sei se poderei viver com ela. Relação de amor e ódio. E entre afagos e cusparadas, sigo bebendo as minhas lembranças, sigo vivendo a minha vida de poeta. Sempre com um brilho estranho nos olhos e a alma meio rasgada , suja de lama e exalando alguma fragrância exótica. No meio do barro, posso sentir o aroma das damas da noite...
E por meio do calor das suas mãos , tudo se despedaça. Transforma poesia macabra em versos livres e desmancha uma carranca em argila pura , simples. Faz o que quiser de mim, mas no dia seguinte , volto a beber do meu vinho.
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Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.