Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Existe um quê de ridículo na felicidade. E outro maior ainda na infelicidade. Talvez, o único estado de espírito não patético seja a indiferença, seja aquele tipo de bem-estar desprovido de calor ou aquela tristeza que já não nos machuca mais , por fazer parte de nós, por ter se integrado à nossa carne.
Aquele tipo de tristeza que se pudesse ser dissolvida nos faria sofrer mais com a sua ausência do que com a sua presença.
Aquele tipo de tristeza que é quase feliz pois nos aconchega numa zona de conforto. Não, não podemos cair mais ...não, não podemos descer mais...ilusão.
Nunca descemos tudo o que temos potencial para descer e mesmo depois de ter destilado os piores e mais letais venenos , ainda resta um pouco de fel no canto da boca , debaixo da língua , esperando o momento oportuno ou inoportuno para ser cuspido na cara de alguém.
Ou para ser simplesmente engolido por nós mesmos...quem nunca já se envenenou com o seu próprio ódio? Quem nunca utilizou de suas próprias palavras para tecer o mais afiado dos punhais e cravá-lo o mais profundamente no centro da sua alma , com um sorriso de canto de boca...escárnio...gosto de vinho velho...cheiro de lembranças que fazem uma dança grotesca.
Acusam os felizes de iludidos. Ingênuos. Parvos. Os infelizes também o são. Os felizes comem bolo de chocolate depois do almoço de domingo. Os infelizes se lambuzam com suas próprias desgraças.
Ambos não entendem um preceito básico: a vida é tédio, falso movimento, nada fica , nada importa, nada dura. Sim, é dura...ambos não entendem que realmente nada merece as nossas lágrimas ou os nossos risos.
Existe um quê de ridículo na felicidade. E outro maior ainda na infelicidade. Talvez, o único estado de espírito não patético seja a indiferença, seja aquele tipo de bem-estar desprovido de calor ou aquela tristeza que já não nos machuca mais , por fazer parte de nós, por ter se integrado à nossa carne.
Aquele tipo de tristeza que se pudesse ser dissolvida nos faria sofrer mais com a sua ausência do que com a sua presença.
Aquele tipo de tristeza que é quase feliz pois nos aconchega numa zona de conforto. Não, não podemos cair mais ...não, não podemos descer mais...ilusão.
Nunca descemos tudo o que temos potencial para descer e mesmo depois de ter destilado os piores e mais letais venenos , ainda resta um pouco de fel no canto da boca , debaixo da língua , esperando o momento oportuno ou inoportuno para ser cuspido na cara de alguém.
Ou para ser simplesmente engolido por nós mesmos...quem nunca já se envenenou com o seu próprio ódio? Quem nunca utilizou de suas próprias palavras para tecer o mais afiado dos punhais e cravá-lo o mais profundamente no centro da sua alma , com um sorriso de canto de boca...escárnio...gosto de vinho velho...cheiro de lembranças que fazem uma dança grotesca.
Acusam os felizes de iludidos. Ingênuos. Parvos. Os infelizes também o são. Os felizes comem bolo de chocolate depois do almoço de domingo. Os infelizes se lambuzam com suas próprias desgraças.
Ambos não entendem um preceito básico: a vida é tédio, falso movimento, nada fica , nada importa, nada dura. Sim, é dura...ambos não entendem que realmente nada merece as nossas lágrimas ou os nossos risos.
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Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
Acredito que não é preciso ser uma profissional para se apreciar uma boa taça de vinho. De ver aquela cor. De sentir o cheiro e a suavidade do líquido tocando nos nossos lábios. Olhamos para taça e fixamente observando aquele tom de cor. Que apaixona e te seduz aos poucos motivando o próximo gole. E o tempo é nosso,nesse mundo particular do nosso quarto. Onde guardamos os nossos suspenses, mistérios, romances e os nossos dramas. E que a vida lá fora nunca consiga estragar. Porque, tentar entender a vida e todo o seu sentido é algo frustrante. É o mesmo que querer sentir o gosto da calda de groselha amargando novamente na boca.
ResponderExcluirSim...ás vezes, o mundo exterior estraga o nosso interior, íntimo, cálido. Às vezes, o inverso ocorre. O nosso mundo interior, perturbado e perturbador nos embaça a vista e azeda o gosto do vinho, nos impedindo de saborear tantas delícias que nos cercam, mas que não percebemos porque estamos mergulhados profundamente em nossa dor existencial.
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