quinta-feira, 9 de junho de 2016

Das incertezas certeiras da vida...

Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
 
Ando na rua ou folheio um livro. Entre a banca de jornal e o barzinho de sempre , entre uma página e outra de um livro que me obrigo a ler, busco uma versão melhor de mim mesma.
 
Uma versão um pouco mais insana naquilo que é muito importante ou bem desimportante. Uma versão mais tradicional nas coisas intermediárias da vida.
 
Quero ser sensata quando te olho nos olhos e digo que está tudo bem diante de algum problema qualquer.
 
Quero ser mais louca do que o aceito pela sociedade quando desejo me perder em suas lacunas, nas minhas lacunas...quero ser mais louca para fundir nossas lacunas e fundar um abismo particular, de onde não possamos cair de mais lugar algum.
 
Quero chegar à estação de metrô na hora combinada, preparar o seu chá com a medida certa de açúcar quando estiver doente. Não posso adoçá-lo demais ou de menos. Não posso me distrair e esquecer a comida no fogo...
 
Preciso ser precisa quando falo de meus sentimentos...não quero que perca nenhuma nuance , por menor que seja , deste fogo brando que me queima aos poucos , num movimento lento e fatal.
 
Mas eu também preciso que continue a me ver como a insana do bar , que sai correndo pela rua , depois de ter dito algo que vai martelar na tua cabeça para sempre ou pelo menos nos próximos anos...
 
Quero te beijar depois de sorrir o mais assimétrico dos meus sorrisos , com gosto de cerveja , com gosto de talvez, por que não, quem sabe, deixa rolar , a vida é louca , vamos viver o momento, apenas isso, please?
 
E logo depois quero levá-lo para o meu mundo íntimo, niná-lo em meu coração, botá-lo para dormir entre os lençóis da minha cama, fazendo de meus seios seu travesseiro, seu porto-seguro, sua única certeza.
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 

Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious.  Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas. 











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