Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Olho para a tela do cinema . Me sinto engolida por ela. Um balde gigante de pipoca amanteigada no colo. Levo um punhado á boca com displicência. Pelo menos aparentemente. Mastigo a pipoca nervosamente, engulo-a como me sinto engolida pelas imagens que dançam e gritam e gemem á minha frente.
Me sinto mais uma vez criança. Talvez nunca tenha deixado de ser. Espalmo as mãos sujas de tintas coloridas na tela em branco da vida. Moldo a argila fresca ao meu bel prazer. Sorrio diante de qualquer monstruosidade que crio por acaso.
Sujo o rosto com as tintas pasteis da tela de uma sociedade que tenta me calçar com saltos finos e um ar distinto que em nada combina com meu batom vermelho e meu brinco grande em uma orelha apenas.
Limpo o tom nude da alma pois o amor é vermelho e como boa insana sei que tudo começa e termina nele. Danço em círculos no círculo da vida. Fogueira queimando sentimentos que quero tatuar na alma. Amo feridas eternas. Disco riscado. Gemo junto com choros do passado. Existe algo de mágico em chafurdar nos próprios excrementos e no lixo que um dia jogaram sobre nosso corpo nu, débil, implorando por mais um olhar de amor.
Pego a última pipoca no balde sujo de manteiga. Engulo como quem come um punhado de afeto. Mais um gota , por favor. Estou com sede.
Olho para a tela do cinema . Me sinto engolida por ela. Um balde gigante de pipoca amanteigada no colo. Levo um punhado á boca com displicência. Pelo menos aparentemente. Mastigo a pipoca nervosamente, engulo-a como me sinto engolida pelas imagens que dançam e gritam e gemem á minha frente.
Me sinto mais uma vez criança. Talvez nunca tenha deixado de ser. Espalmo as mãos sujas de tintas coloridas na tela em branco da vida. Moldo a argila fresca ao meu bel prazer. Sorrio diante de qualquer monstruosidade que crio por acaso.
Sujo o rosto com as tintas pasteis da tela de uma sociedade que tenta me calçar com saltos finos e um ar distinto que em nada combina com meu batom vermelho e meu brinco grande em uma orelha apenas.
Limpo o tom nude da alma pois o amor é vermelho e como boa insana sei que tudo começa e termina nele. Danço em círculos no círculo da vida. Fogueira queimando sentimentos que quero tatuar na alma. Amo feridas eternas. Disco riscado. Gemo junto com choros do passado. Existe algo de mágico em chafurdar nos próprios excrementos e no lixo que um dia jogaram sobre nosso corpo nu, débil, implorando por mais um olhar de amor.
Pego a última pipoca no balde sujo de manteiga. Engulo como quem come um punhado de afeto. Mais um gota , por favor. Estou com sede.
Sílvia Marques é professora doutora , escritora, atriz e psicanalista lacaniana. Escreve na Obvious e Fãs da Psicanálise, idealizadora da pós em Cinema do Complexo FMU. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
www.psicanalistasilviamarques.com
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