Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
Cada vez mais me sinto menos a garota desbocada. Cada vez mais sinto menos vontade de gritar para ser ouvida. Cada vez mais me sinto eu mesma, independente do que esta merda signifique.
E falando em merda , cada vez sinto menos necessidade de dizer merda ou qualquer outra palavra escatológica para ser notada. Se não sou ouvida , prefiro sair para outro lugar qualquer , talvez um bem bonito dentro de mim mesma , onde possa apenas sorrir calmamente sem temer nenhum tipo de julgamento.
Cada vez mais os julgamentos penetram a minha alma com menos ferocidade. Limpo o filete de sangue com a blusa mesmo ou o avental enquanto mexo numa panela.
Cada vez mais sou menos os meus alters egos. A minha extroversão se suaviza. Continuo sendo calorosa , mas qualquer coisa em minha mente clama por silêncio. Cada vez mais adoro a companhia dos meus pensamentos.
Talvez eu me sinta eu mesma naquele ínfimo instante entre a última fala da peça teatral e o calar dos aplausos. Quando as palmas batem, meu sorriso se acanha, um leve rubor na alma. Flexiono pouco o corpo para agradecer. Não por esnobismo. Caricaturas não cabem no que eu tenho de mais sincero. E no pequeno gesto sem jeito, me encontro sozinha e um pouco triste por não suportar a alegria a que me proponho.
Mas este momento de plenitude desajeitada dura pouco. Logo depois vem o sorriso largo, as mãos vão à boca buscar beijos que lanço no ar. Sou mais uma vez alter ego cheio de brilho e a mim resta apenas repousar no escuro até o próximo instante.
Cada vez mais me sinto menos a garota desbocada. Cada vez mais sinto menos vontade de gritar para ser ouvida. Cada vez mais me sinto eu mesma, independente do que esta merda signifique.
E falando em merda , cada vez sinto menos necessidade de dizer merda ou qualquer outra palavra escatológica para ser notada. Se não sou ouvida , prefiro sair para outro lugar qualquer , talvez um bem bonito dentro de mim mesma , onde possa apenas sorrir calmamente sem temer nenhum tipo de julgamento.
Cada vez mais os julgamentos penetram a minha alma com menos ferocidade. Limpo o filete de sangue com a blusa mesmo ou o avental enquanto mexo numa panela.
Cada vez mais sou menos os meus alters egos. A minha extroversão se suaviza. Continuo sendo calorosa , mas qualquer coisa em minha mente clama por silêncio. Cada vez mais adoro a companhia dos meus pensamentos.
Talvez eu me sinta eu mesma naquele ínfimo instante entre a última fala da peça teatral e o calar dos aplausos. Quando as palmas batem, meu sorriso se acanha, um leve rubor na alma. Flexiono pouco o corpo para agradecer. Não por esnobismo. Caricaturas não cabem no que eu tenho de mais sincero. E no pequeno gesto sem jeito, me encontro sozinha e um pouco triste por não suportar a alegria a que me proponho.
Mas este momento de plenitude desajeitada dura pouco. Logo depois vem o sorriso largo, as mãos vão à boca buscar beijos que lanço no ar. Sou mais uma vez alter ego cheio de brilho e a mim resta apenas repousar no escuro até o próximo instante.
Sílvia Marques é doutora em Comunicação e Semiótica , escritora, atriz e psicanalista lacaniana. Escreve regularmente no blog Caminhos da Psicanálise. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
Perfil do Facebook: Tudo sobre Sílvia Marques
www.psicanalistasilviamarques.com
Perfil do Facebook: Tudo sobre Sílvia Marques
www.psicanalistasilviamarques.com