Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando precisamos mais de uma sessão de cinema do que deitar no divã. Quando o bocejo do analista deixa de nos ferir, pois a gente se toca de que as nossas dores são como tapioca recheada com Nutella. Saborosas, mais banais.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando tomar uma cerveja com os amigos deixa de ser evento marcado com um mês de antecedência e passa a ser rotina. Quando podemos ficar lado a lado sem dizer nada. Quando respeitamos o afastamento do outro ou quando somos nós a nos afastar. Algumas coisas devem ser deixadas de lado mesmo, colocadas na sacola de roupas usadas para doar.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando sentimos que nem tudo o que os outros dizem é para nos ferir. E mesmo quando é, a tristeza pelas palavras atravessadas se torna página virada em nosso folhetim na esquina seguinte.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando desistimos de ensinar para quem não quer aprender. Quando a gente percebe que o outro ainda não está pronto para abrir mão do próprio sofrimento. Que algumas cicatrizes na pele da alma são inevitáveis e incuráveis, mas sem elas não seríamos nós mesmos. Quando a gente pode falar do passado sem mágoas nem medo.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando o sexo não precisa ser tão louco para ser gostoso. Que a gente quer escolher a posição mais confortável e deixar fluir. Que D.R só em último caso e que rir da gente mesmo é bem mais divertido do que zombar dos outros.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando paramos de dar corda para a neurose alheia e perdemos a vontade de reclamar de tudo a todo momento. Quando passamos a nos colocar em primeiro lugar , mas entendemos que o mundo não rebola com seus sete véus ao redor do nosso lindo umbiguinho.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando o sentido das coisas deixa de ser pergunta importante. Quando a gente olha para o caos com olhos de quem vê uma obra de arte.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando precisamos mais de uma sessão de cinema do que deitar no divã. Quando o bocejo do analista deixa de nos ferir, pois a gente se toca de que as nossas dores são como tapioca recheada com Nutella. Saborosas, mais banais.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando tomar uma cerveja com os amigos deixa de ser evento marcado com um mês de antecedência e passa a ser rotina. Quando podemos ficar lado a lado sem dizer nada. Quando respeitamos o afastamento do outro ou quando somos nós a nos afastar. Algumas coisas devem ser deixadas de lado mesmo, colocadas na sacola de roupas usadas para doar.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando sentimos que nem tudo o que os outros dizem é para nos ferir. E mesmo quando é, a tristeza pelas palavras atravessadas se torna página virada em nosso folhetim na esquina seguinte.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando desistimos de ensinar para quem não quer aprender. Quando a gente percebe que o outro ainda não está pronto para abrir mão do próprio sofrimento. Que algumas cicatrizes na pele da alma são inevitáveis e incuráveis, mas sem elas não seríamos nós mesmos. Quando a gente pode falar do passado sem mágoas nem medo.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando o sexo não precisa ser tão louco para ser gostoso. Que a gente quer escolher a posição mais confortável e deixar fluir. Que D.R só em último caso e que rir da gente mesmo é bem mais divertido do que zombar dos outros.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando paramos de dar corda para a neurose alheia e perdemos a vontade de reclamar de tudo a todo momento. Quando passamos a nos colocar em primeiro lugar , mas entendemos que o mundo não rebola com seus sete véus ao redor do nosso lindo umbiguinho.
A gente percebe que a psicanálise chegou num ponto bem elevado quando o sentido das coisas deixa de ser pergunta importante. Quando a gente olha para o caos com olhos de quem vê uma obra de arte.
Sílvia Marques é professora doutora , escritora, atriz e psicanalista lacaniana. Escreve na Obvious e Fãs da Psicanálise, idealizadora da pós em Cinema do Complexo FMU. Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas.
www.psicanalistasilviamarques.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário