sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Entre garota desbocada e garota depravada

Garota desbocada é um espaço visualmente tosco, ideologicamente irreverente, em que posto artigos politicamente incorretos sobre as minhas insatisfações e inquietações. Se quiser rir e praguejar comigo, entre e fique à vontade RS



Durante um jogo lúdico/erótico me foi sugerida a seguinte questão: se eu fosse milionária, quais serviços particulares eu contrataria, além de uma massagista. Sou fanática por massagens. Poderia viver só de massagens e amor insano. Umas taças de vinho , um bom parmesão e uns bombons recheados com licor de cereja também não me fariam mal. Um bife de picanha mal passado também parece uma boa pedida. Além de uma farofinha com banana para acompanhar e umas músicas da MPB. Além de uma saladinha de cebola para molhar a farofa e uns filmes cult. Além de uma boa macarronada e umas peças de teatro do Nelson Rodrigues ou do Tennessee Williams. Bem, este papo vai longe...

O meu pequeno lado prático respondeu que seria um motorista particular. Não dirijo e também não sou muita fã do transporte público brasileiro, embora de vez em quando, me sinta em Londres quando pego a linha verde do metrô e vejo alguém lendo um livro num dia nebuloso.

Mas o desafio era muito mais intrigante do que eu imaginei em princípio. Queria ele respostas inusitadas.  Queria ele que eu respondesse coisas bizarras, supérfluas, non sense. Algo meio estilo Salvador Dalí e Luis Buñuel quando filmaram Um cão andaluz. Ou algo estilo TV Pirata.

Ok.Ok.Ok. Aceitei o desafio. Catei a ínfima praticidade que tenho e a enfiei numa gaveta da mente. 

Comecei falando de um barman. E depois, parti para o sushiman. Ok.Ok.Ok mais uma vez. Posso muito bem fazer os meus drinks sozinha e apesar de apreciar comida japonesa , não sou fanática o bastante para contratar um sushiman. Mas tudo bem. Foram respostas criativas. Saí da caixa. Ele sorriu feliz. Emitiu sons de prazer. Existem mais modalidades de orgasmo entre um casal irreverente do que a vã filosofia pode entender. 

O jogo começou a esquentar. Disse coisas obscenas. Coisas que mereceriam um blog chamado Garota depravada. 

Depois joguei um lance escatológico para tirar um pouco do erotismo sem cortar o humor. Sugeri um cutucador de calos. Imagina ver um filme bem cult com alguém cutucando aquele calinho antigo e deliciosamente incômodo?

Para concluir, disse que seria ótimo contratar um colaborador para funções  múltiplas e bizarras , como por exemplo, alguém para fazer um suco de jaca às três da madrugada.  Não que eu curta suco de jaca. Para falar a verdade, nunca tomei um. Mas vocês pegaram o espírito da coisa, não é?













Sílvia Marques é escritora, professora doutora e escreve regularmente na Obvious.  Viciada em café, chocolate, vinho barato, dias nublados, filmes bizarros e pessoas profundas. 









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